Wednesday 4 July 2018

Palavras, palavras ,palavras...

Apetece-me escrever.Palavras,palavras, palavras. Palavras que reflectem sentimentos. Sentimentos de saudade, de melancolia. Sentimentos de alegria sentidos e por sentir. Uma paz inquieta domina-me o corpo e a alma. O corpo, sei o que é. A alma ou o espírito ou a mente ou seja lá o que for não sei o que é. É qualquer coisa que permanece sempre dentro de mim, na cabeça ou no coração ou em qualquer outro lado mas bem cá dentro, num cantinho a que só eu acedo e onde as palavras se misturam numa amálgama multi-colorida , de tons mais cinzentos ou mais vibrantes ou mais suaves... Uma amálgama de palavras-emoções de todo o tamanho e forma.Uma floresta de verde de árvores, um pomar de frutas saborosas, um prado de flores silvestres como as que brotam do pinhal depois de mãos criminosas o destruírem com fogo. Um fogo que tudo destrói e arrasta consigo o que se lhe atravessa no caminho. Mas também as imagens das labaredas assassinas nos atraem pela cor, pela explosão de cores vibrantes que saltam e ressaltam pelos céus. Uma beleza efémera. Passada a explosão de cores e sons, restam os cinzentos e castanhos vazios. E palavras de dor, de tristeza, vazias de alegria e cheias de raiva e ódio.
A mesma raiva que sentimos por nós próprios por não sermos capazes de usar as palavras certas nos momentos certos. A mesma raiva que sentimos por não termos compreendido  os sinais que outros interpretavam com clareza. E a beleza que antes percepcionávamos tão colorida também se acinzentou. Então, novas emoções renascem, tomam forma, crescem e os tons cinzentos vão-se esbatendo, ganhando outros tons como se de um arco-íris se tratasse.
E as palavras amontoam-se... deixá-las amontoar... deixá-las livres, soltas, sem sentido... são palavras... hoje apetece-me escrever...

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