Quando ando por aqui, poucas vezes vejo televisão, o que me deixa mais leve, mais bem disposta e me permite pensar que não vivo mais num país onde a mentira e a hipocrisia imperam.
Quem por aqui anda, em pleno inverno e num dia de chuva, também parece ter feito a mesma opção ... " já não vejo televisão...", ouvi num pequeno café, à beira mar, onde em pleno verão os lugares vagos escasseiam.
Estas palavras não significam alheamento da realidade mas antes uma necessidade premente de recuperar a minha sanidade mental. É demasiado violento assistir ao desmoronamento de um país sem nada fazer a não ser utilizar as palavras onde quer que esteja. Sinto que começo a aplaudir a violência , talvez até a ansiar por ela nas ruas e praças , e isso assusta-me , de algum modo.
A passividade e resignação não fazem parte de mim e , cada dia que passa, sinto mais dificuldade em compreendê-la em gente que sofre, desempregada, sem dinheiro para comer ou contado cêntimo a cêntimo.
O mar, revolto, agressivo hoje apazigua a minha raiva, por momentos. Afinal, a agressividade também tem a sua beleza.
1 comment:
É mesmo triste a situação de calamidade vivida em Portugal.E eu penso que poderia ser diferente se os dirigentes fossem sérios e pensassem no bem comum.Infelizmente é uma corja de bandidos a surrupiar a população com sua ganância estúpida.
Foto belíssima e faço minhas as suas palavras embora também não compactue com a violência,mas não gosto de ver coisa errada sem fazer/falar nada.
Fica bem!Um beijo e cheiro!
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